Rotina?

Tudo começa com uma conversa. Ouvir o cliente falar sobre o quarto do filho que está pra nascer, sobre a sua nova casa, sobre a reforma da praça principal... Tudo começa quando o cliente diz o que deseja. Parece um filme, o desenho se forma na mente de acordo com o que ele fale. Dias e noites imaginando o melhor pro seu cliente, pensando numa forma de inovar, de juntar o que o cliente deseja e o que você está imaginando. Fazer de tudo para que o sonho do seu cliente se realize. Inúmeras horas sentado, desenhando. Bolhas do polegar e no dedo do meio surgem. Que dor! Poderia usar o computador, o AUTOCAD me ajudaria no projeto. Seria mais rápido, mais prático, o desenho sairia impecável. Mas não, escolho à mão. O projeto é meu, não do computador. Quero que fique com a minha cara. Uma das máximas da prática dessa profissão é que para se obter boa arquitetura não é suficiente um bom arquiteto, é preciso que o cliente também seja bom. Um bom cliente deixa o arquiteto agir, confia nele. Lógico que não é pra deixar o arquiteto fazer tudo que ele quiser, afinal a casa [por exemplo] será sua, você que vai morar lá. O bom cliente tem que ser um parceiro, alguém que impõe limites, cobra explicações, e assim mantém o arquiteto “na linha”. Alguns não toleram que o projeto saia um "tiquinho" diferente, reclamam, reclamam, e lá vai a gente refazer o projeto... Mais dias e noites, mais calos, mais dor de cabeça. O bumbum já tá quadrado... Mas tudo pelo sorriso do cliente, não é?! No fim vale a pena. E como vale! Passar em frente à casa que você construiu deve ser a melhor sensação do mundo. "Olha, essa belezura é projeto meu. Feito por mim!". Que satisfação...

Não, eu nem sou arquiteta ainda... Nem sei como é a rotina de um... Nem sei se isso que eu tô dizendo tem cabimento. Apenas imagino! É o que eu acho. Logo, escrevo.