sábado, 11 de abril de 2009

Páscoa.

Mais um feriadão pra viajar, não trabalhar nem estudar. Época em que os chocolates reinam sobre nós, comê-los ou presentear quem gostamos com eles é uma ótima idéia, gastar dinheiro aos montes com os ovos de páscoas da moda não tem importância, é páscoa, e na páscoa poooooode. Zoar por aí embriagado com aquele vinhozinho também é uma ótima idéia, porque vinho na páscoa também pooooode. Agora pare, pense: Qual é o real sentido desse feriado? Seria comer chocolates e beber vinho? Será que existe um feriado só pra isso? O motivo pelo qual comemoramos esse feriado é raramente questionado, pois o capitalismo nos ocupa de uma forma que a gente só tem tempo de pensar nas compras para a "Santa Ceia", que de santa não tem nada. O pecado da gula vem com toda a força nos almoços em família, onde a gente come, come, come sem lembrar da fome que Jesus passou durante aqueles 40 dias. E se embriaga no vinho, esquecendo que o exagero também é pecado. Amanhã é o dia da Páscoa mesmo, e a maioria das pessoas não sabe o real significado da Páscoa, que é a passagem de uma vida pra outra. Amanhã Jesus ressuscita nos nossos corações e a gente nem lembra disso, estamos mais preocupados em devorar o ovo de páscoa que a gente ganhou, antes que alguém o coma. E a graça, a espiritualidade do momento, que é o verdadeiro motivo de haver esse feriado, vai pro “beleléu”.

domingo, 5 de abril de 2009

[in]certezas

Não sei, de fato, o que acontece comigo. Se eu saísse por aí, vagando pelo mundo, como um cachorrinho sem dono, me perderia e assim, talvez, eu me achasse por completa. Eu seria "eu", e esse "eu" nunca mais se transformaria, viraria algo concreto, imutável. Como os ponteiros de um relógio que vivem em trajetórias circulares, eu sinto que percorro um caminho e retorno a ele alguns minutos depois. A sensação é estranha, eu sei que não é assim, sei que mudo, pois a mudança é inevitável e bem perceptível, todos a notam, inclusive eu. Mas nenhuma mudança é intensa o bastante pra que eu sinta a diferença; como já disse, busco algo concreto, mas acho coisas abstratas e vejo que não há na certo em mim, as incertezas insistem em residir aqui dentro. So, it's ok. Um dia eu me encontro, enquanto isso: tempo ao tempo.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Quando eu morrer quero ser o centro das atenções no meu dia de despedida. Quero ficar bem bonita, deitadinha com um vestidinho branco, transparecendo serenidade, bem maquiada, principalmente com blush, pra disfarçar a palidez. Quero muitas flores, flores coloridas, pra passar alegria. Não quero ninguém de preto, preto é uma cor chique, mas nessas ocasiões é uma cor triste e fechada, não gosto. Love in The Afternoon do Legião Urbana, pode até ser uma música triste, mas não é uma música padrão de funeral, e eu quero tudo bem diferente, além do mais a música é muito bonita e verdadeira: "É tão estranho, os bons morrem antes, me lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais.". Eu posso morrer com 127 anos de idade, mas vai continuar sendo cedo. Eu amo a minha vida, as pessoas e as coisas que a constituem e o aprendizado que eu tiro dela. Lógico que eu quero morrer e ir morar com Deus, lógico, mas que eu quero que isso demore bem muito. Não tenho medo de morrer, como diz Cazuza, "morrer não dói" e eu acredito disso, o meu medo é ir embora sem ter feito tudo que tem pra fazer, sem me despedir das pessoas que eu gosto... É difícil aceitar a morte; é péssimo pensar que um dia você ta aqui, fazendo coisas que costuma fazer, mas no outro já não ta mais. Desaparece. E o pior de tudo é que você não escolhe como, onde ou quando, é tudo do jeito que Deus quer, e por mais que a gente aperrei Ele, Ele não te diz. Quando eu morrer eu não quero ninguém chorando. Ta bom, eu sei que despedidas são cruéis e dolorosas, mas e todos os momentos vividos? Vocês esqueceram? Eu nunca fui uma pessoa triste, pelo contrário, eu fico rindo de tudo, não fico com raiva por pouca coisa, adoro uma aventura, uma piada, uma gracinha, sempre fui amiga de pessoas bagunceiras e palhaças, e com elas aprendi todas as palhaçadas que fizeram todas as pessoas presentes no meu velório rir pelo menos por algum segundinho. Se chorarem, quero um choro verdadeiro, não um choro de dor, de tristeza pura, mas um choro bom, lembrando das alegrias vividas e que farão falta. Olha, é só um corpo que vai embora, os momentos vividos continuarão presentes aqui, na mente e coração de cada um que viveu ao eu lado e presenciou minha estadia aqui na terra, isso já é um consolo, não? E outra, eu prometo vir todas as noites puxar os pés de vocês, pra vocês lembrarem que tem uma amiga que ama perturbar [brincadeirinha]. Viver é bom, mas morrer é inevitável. A vida segue mesmo com morte de alguém quero. Quando eu morrer não quero ninguém de luto por mim, só se for um luto laranja ou rosa. Vou deixar um dinheiro não sei aonde, ainda vou pensar, pra que todos os meus amigos façam um churrasco que nem aqueles que a gente costuma fazer nas casas alheias e todo mundo passe o dia na piscina "tomando uma". Espero que digam à eles que todos os momentos foram bons, e que quando eu disse que odiava alguém era só pra fazer charminho, por que eu amo todo mundo. Digam também aos meus pais que eu peço perdão por não ter sido a filha mais exemplar do mundo, mas eu juro que tentei. Se eu tiver filhos eu peço que dêem educação, e amor, mais amor que educação, não quero meus filhinhos carentes. Enfim, eu já disse e repito, quando eu morrer não quero choradeira perto de mim não, podem até me ver toda pálida lá, de boca fechada e de barriga pra cima, que já é um mico, mas eu deixo, agora chorar não. Pra que tantas lágrimas?

Peço que respeitem meu momento fúnebre. Como eu disse não quero morrer tão cedo, mas eu sempre tive vontade escrever uma carta assim.